segunda-feira, 30 de abril de 2012

Crônica dos Besteiróis da Vida

Não entendo como algumas pessoas que se julgam intelectualmente superiores criticam aquelas que assistem a filmes e programas considerados inúteis para seu desenvolvimento “cerebral”.

Afinal: Quem consegue viver 24 horas por dia filosofando, assistindo noticiários, discutindo sobre quem se superou na arte renascentista (Michelangelo ou Da Vinci), defendendo uma ideia Marxista ou desvendando os mistérios dos evangelhos gnósticos?

Sim, meus amigos. Eu assisto ao Pânico na TV, adoro a série de filmes American Pie, gosto de estar antenada sobre a vida dos famosos e tenho um marido que me faz rir com seus stand ups comedies improvisados.


(TV AUDIÊNCIA BLOGSPOT, 2012)




                 (RI-MAN.COM, 2012)
  

Eu tenho necessidade de me alienar do mundo por um período para que possa renovar as energias, voltar a enxergar a vida com graça e, quem sabe, ter um orgasmo de momentos bobos envoltos de gargalhadas.

Estamos tão inundados por informações de violência e morte o tempo todo, que precisamos de pequenos instantes de alegria, que encontro ao assistir aos antigos filmes infantis da Disney, como Alladin e a Pequena Sereia, por exemplo e, confesso, canto as músicas empolgadamente cada vez que assisto a tais filmes. Aprendi a enxergar e acreditar numa vida vivida daquele modo lúdico em que os sentimentos nobres saltam aos olhos. Por muito tempo me fizeram ter vergonha de expressar esse meu gosto pelos desenhos clássicos. Eu tinha crescido. Sinônimo de seriedade, rabugice, de ter a obrigatoriedade de não mais gostar daqueles filmes.

Quantas pessoas, principalmente homens, me reprimiam quando eu dizia gostar de desenhos. E não são eles os primeiros a voltarem a serem crianças quando se juntam?

Eu nunca acreditei nessas pessoas e os desenhos atuais estão aí para enfatizar minha modesta opinião: Gato de botas; Shrek, O Lorax... A tecnologia e a nova abordagem dos desenhos infantis a favor dos produtores para atingir o público adulto contando velhas histórias.

(BLOG TELECINE, GLOBO, 2012)


Homens e mulheres tão intelectualmente capacitados se rendendo a filmes infantis com a desculpa de terem uma linguagem adulta ou por se esconderem atrás dos filhos.

Esquecem que tudo depende do ponto de vista e que a maldade está na cabeça dos homens?

Quem não se lembra da magia negra utilizada por Jaffar em Alladin? Da morte horrenda de Úrsula em A Pequena Sereia ou sua traição para com a princesa Ariel? Poderia mencionar ainda as mensagens subliminares contidas nos desenhos da Disney. Muito infantil, não?

Então, meus amigos: rendamo-nos de vez, reconhecendo que somos mais felizes graças aos besteiróis da vida. Eles foram essenciais para a nossa formação de caráter e personalidade e, para aqueles que teimam em dizer não, posso apenas lamentar e infelizmente informar: “Você não teve infância e provavelmente tem uma vida adulta medíocre”!

Viva os programas de fofoca! Viva os puns enlatados ou abafados na coberta da cama! Viva as puxadas de cadeiras para os amigos caírem no chão! Viva as paródias e os fails do facebook! Viva as brincadeiras de fantasmas nas visitas aos cemitérios e as cócegas que nos faziam morrer de rir! Viva as chuvas de papeis amassados em sala de aula e um viva também aos MEMES que fazem nossa alegria!

Não sejamos hipócritas! A vida não tem um lado só. Aproveitemos tudo o que ela tem de inteligente para nos ofertar, mas vamos combinar: Ser “bobo” também é muito bom!!!

                       KATHYANE BRUM
                                     30 de abril de 2012.
                                                                               (NAUSEA EXISTENCIALISTA BLOGSPOT, 2012)


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